
Desde o início de 2019, o deputado estadual José Carlos Barbosa, o Barbosinha (DEM), passou a afirmar publicamente que tinha o objetivo de disputar a sucessão da prefeita Délia Razuk (PTB) em Dourados em 2020. O ano transcorreu com o deputado, volta e meia, reafirmando seu propósito em entrevistas e também em conversas com amigos e colaboradores.
O ano terminou, 2020 chegou e Barbosinha começou a agir com mais afinco, inclusive contratando pessoas para trabalharem no escritório político montado na cidade, efetivamente se preparando para a disputa. Comum entre esses assessores, era a afirmação de que Barbosinha seria o candidato que teria o apoio do governo estadual, ou seja, seria ‘o candidato do Reinaldo’, numa referência ao governador de MS, Reinaldo Azambuja (PSDB).
Mais alguns meses se passaram, o país foi assolado pela pandemia do novo coronavírus, Barbosinha continuou afirmando que seria o candidato do governo e, quando o prazo fatal chegou, o também deputado estadual Marçal Filho, que é do mesmo partido de Reinaldo, anunciou que não iria disputar a prefeitura de Dourados, mesmo liderando todas as pesquisas de intenção de votos feitas desde o ano passado.
Com a decisão de Marçal, o pessoal que está ao redor de Barbosinha se alvoroçou ainda mais. Muita gente festejou e foi tanta alegria que parecia até que havia sido encerrada a apuração de votos nas urnas.
O pré-candidato democrata profissionalizou o material feito a seu respeito, especialmente o destinado a redes sociais, e passou a se dedicar com maior perseverança à formação de uma ampla coligação. Está conversando, portanto, com lideranças de diversos partidos políticos.
Barbosinha costuma lembrar, frequentemente, que foi prefeito de Angélica e também diretor-presidente da Sanesul, e que bem administrou nos dois cargos. “Fazer gestão é coisa séria, só quem está à frente de um empreendimento sabe que só vai poder gastar de acordo com o que arrecada”, tem afirmado a interlocutores variados.
Semana passada, em visita ao Diário MS, reconheceu que o próximo prefeito de Dourados irá enfrentar enormes desafios. “Eu tenho levantado os problemas, é preciso ter consciência de que a responsabilidade é de todos e cada um deve fazer a sua parte”, reforçou.
Se for eleito, conforme afirmou ao jornal, pretende ter “ampla comunicação” com a população, mostrando a realidade da prefeitura e tendo coragem de tomar “medidas duras”.
Disse que nos cargos que já ocupou, inclusive o de secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, aprendeu que o mandatário “pode exercer a autoridade sem ser autoritário, compartilhando opiniões e debatendo ideias com os meus colaboradores, valorizando as pessoas e sempre contando com o apoio da equipe”.
Para ele, o próximo prefeito de Dourados precisará apresentar soluções concretas, estar disposto a “arrumar a casa”, sendo “competente na hora de formar a equipe, sabendo escolher entre os melhores, as pessoas para cuidar de cada segmento”.
Por fim, prega que o sucessor de Délia Razuk deve reunir “as condições políticas para captar os apoios que vai precisar no Governo Federal, no Estado e entre os membros da bancada de deputados em Mato Grosso do Sul”.
E é justamente em busca de tais apoios que ele tem dedicado boa parte de seu tempo. Também demonstra acreditar que seu sonho de ser prefeito de Dourados irá se concretizar este ano, principalmente diante do apoio do governo do Estado, que tem papel importante no agrupamento de outras legendas.
Nessa linha, é bastante provável que o PSDB do governador Reinaldo venha a indicar o nome do vice em sua chapa. Mas, diz o pré-candidato que não fecha portas para ninguém, mesmo sabendo que alguns partidos estão se mobilizando para a formação de uma frente para entrar na disputa.
Nesse grupo estão, por exemplo MDB, PP e PSD, cujas lideranças estão conversando desde que Marçal Filho anunciou sua escolha de continuar no ar, como vem mostrando o noticiário a respeito da sucessão em Dourados.
Ao Diário MS, Barbosinha deixou claro que pretende ter tais partidos ao seu lado. Como a pandemia mudou o calendário eleitoral, todo mundo ganhou mais tempo ‘pra conversar’.
Agora, é aguardar, saber se haverá acordo e se Barbosinha conseguirá seu intento.
Com informações do Diario MS
